11 de julho de 2016

Resenha | Copas - Dan Castro


Livro cedido em parceria com o autor
 
Autor: Dan Castro

Série: Naipes

Número de páginas: 416

Ano: 2016

Editora: Novo Século – Talentos da Literatura Brasileira

Skoob: AQUI
Sinopse: A vida parece um grande jogo de desilusão. E, por que não dizer, de perseguição.

Samantha, não está em sua melhor fase. Além da perda repentina da mãe, devido a um acidente de carro, seu pai agora namora a mais severa de suas professoras. Como se não fosse suficiente, seu namorado decide terminar a relação. Ela, então, se vê forçada a vê-lo feliz com outra garota enquanto sofre em silêncio.

Sam tem o apoio de seus melhores amigos, Tina e Erick, para lutar contra a dor e o pessimismo. Contudo, ela ganha uma nova distração quando novos vizinhos mudam-se, às pressas e no meio da noite, para sua pacata rua. Intrigada, ela passa a investigá-los e descobre que a bagagem deles inclui mistério, morte e uma razão mais profunda sobre a repentina mudança para aquele lugar. Afinal, nas ruas mais calmas se escondem os mais obscuros segredos.


Senti um aperto no peito, como se aquele momento estivesse acontecendo novamente. De fato, estava. Bastava fechar os olhos e eu era capaz de assistir a qualquer momento péssimo da minha vida. Era um dom cruel que Deus tinha me dado.

Samantha, uma adolescente de apenas quinze anos, está passando por uma temporada bem ruim. Há dois anos ela perdeu a mãe em um acidente de carro no qual ela e o pai sobreviveram. Algum tempo depois, Felipe, por quem ela era perdidamente apaixonada apesar das constantes brigas, terminou o namoro com ela no meio de uma Starbucks lotada de espectadores. E para finalizar, seu pai está namorando com Sílvia, sua professora linha dura. Sam, como é carinhosamente chamada, encontra conforto na companhia de Tina e Erick, seu melhores amigos que, por sinal, formam um casal improvável. Como se não bastasse o término repentino e doloroso, Sam agora é obrigada a presenciar Felipe passeando para cima e para baixo com Thais, sua nova – e insuportável – namorada.

Certa noite, quando estão voltando para suas casas situadas na pacata Alameda Monteiro, Sam e Tina presenciam uma cena muito estranha. Um caminhão de mudança e um EcoSport prata param em frente a uma casa que está abandonada há muito tempo. As meninas acham aquilo muito suspeito, afinal, é quase meia-noite... que família normal realiza uma mudança na calada da noite? Uma família composta de três pessoas, um casal e uma adolescente, desembarca do EcoSport com pressa, dando a impressão de que não querem ser vistos, e o que já parecia estranho torna-se estranho de fato.

Um verdadeiro matagal tinha dominado o que outrora poderia ter sido um belo jardim. Estava bastante iluminado e os carregadores o atravessaram trazendo um sofá nos braços. Os dois novos moradores estavam ali também, de mãos dadas e, aparentemente, tensos. Não havia sinal da garota loira. E como se já não fosse suficiente, algo na minha mente gritava. E me alertava que a minha alameda não seria mais tão pacata como sempre.

Samantha rapidamente descobre os nomes dos novos vizinhos, pois a adolescente loira que ela vira saindo do carro começa a estudar no mesmo colégio – e na mesma sala – que ela. A menina chama-se Diana, cuja mãe e padrasto chamam-se Sarah e Marcos.

A rotina na Alameda Monteiro e no Colégio Thomas Jefferson seguia a mesma, até que certa noite um dos professores de Sam é atacado, e o agressor, munido de um objeto afiado, deixa um recado na lataria do carro do homem: cuidado. E a situação ganha contornos mais sombrios quando o carro do pai de Sam também amanhece com a lataria riscada, mas dessa vez a palavra é outra: próximo.

As suspeitas de Sam em relação àquela misteriosa família aumentam a cada dia, afinal, aquele era um bairro tão pacato, nunca nada diferente acontecia... não poderia ser apenas coincidência, poderia? E quando Sam pensa que as coisas não poderiam ficar piores, ela começa a ser perseguida.

— Corra para o outro lado! — gritei.

— O quê?

— Tem uma escada à nossa esquerda. É só você chegar lá e estará a salvo.

— Impossível! Se ele for atrás de mim, vai me alcançar!

O que eu disse em seguida saiu dos meus lábios com tanta convicção que senti um frio na espinha:

— Não se preocupe. Sou eu quem ele quer matar.

Com a ajuda de seus amigos, Sam tem que correr contra o tempo para descobrir quem está tentando acabar com a sua vida. Ao mesmo tempo, ela tem que enfrentar dilemas típicos da adolescência, curar um coração partido e, quem sabe, se apaixonar novamente.

••••••••••

A história de Copas parece a de um filme da Sessão da Tarde, e engana-se quem pensa que isso quer dizer que Copas é um livro é bobo. Essa comparação foi feita para dizer que ele é leve e juvenil. Poderia fazer até outra comparação ao dizer que, com alguns ajustes aqui e ali, Copas poderia facilmente ser ponto de partida para uma temporada de Malhação, por exemplo.

Sam sofreu muitas perdas, talvez por isso encare algumas situações com certa maturidade, mas não deixa de ser uma adolescente. Sendo assim, como é típico da idade, ela não sabe muito bem o que sente, principalmente em relação à Felipe. Por falar em Felipe, só consegui sentir empatia por ele em meados do livro, não conseguia aceitar algumas atitudes que ele tomava. Tina e Erick são bons personagens. Tina é popular, bonita e capitã do time de voleibol. Erick é um geek viciado em séries de TV e HQs. Um casal que ninguém imaginaria que daria certo, mas que funciona muito bem.

Não entendi muito bem a função de Sílvia na história. Ao ler a sinopse eu pensei que ela teria alguma função mais relevante, mas a impressão que tive é que ela só foi criada para manter o pai de Sam ocupado.

Achei o mistério da história bem articulado. As motivações da pessoa que estava perseguindo Samantha faziam sentido, o que não fez sentido foi o fato dos três adolescentes cismarem que deveriam resolver tudo sozinhos! Agora me falem, poderia ou não ser um enredo de Malhação? 😀 Além do mistério envolvendo a pessoa que quer ver Sam morta, temos uma história paralela acontecendo com a família de Diana, mais precisamente com a mãe dela. Algo que a faz viver constantemente com medo e que a levou a fugir com a filha há alguns anos.

Eu adoro a capa do livro! Ela é fosca e só as letras possuem brilho. A diagramação está boa e as letras estão no tamanho habitual das impressões da editora. O livro possui erros bem bobos de revisão que passaram por desatenção do revisor, uma pena. Há também um erro temporal, pois uma hora o autor diz que a mãe de Sam morreu há um ano e em outra ele diz que foi há dois, mas são coisas que podem ser facilmente resolvidas em uma nova edição. A maior parte do livro é narrada em primeira pessoa por Sam, mas em alguns momentos a história é narrada também em terceira pessoa, onde a própria Sam narra o que está acontecendo nas outras casas, como se ela estivesse presenciando tudo. A escrita do Dan é bem gostosa e o livro tem umas quotes bem legais. Achei bem bacana o fato do Dan ser homem e ter escrito sobre sentimentos femininos com tanta propriedade!

Ao longo da leitura não consegui conectar o nome do livro ao enredo, mas ao final do livro o autor explica o porquê daquele nome e eu achei a explicação bem legal. Claro que eu não vou contar, vocês precisam ler para descobrir! 😀 Se você gosta de histórias leves, com dramas adolescentes, mas que possuem certas pitadas de adrenalina, Copas será uma boa leitura. Ele é o primeiro livro de uma quadrilogia, ainda teremos mais três naipes pela frente. Que o jogo continue!

Observação: Conteúdo postado quando a plataforma do blog ainda era WordPress. Com a mudança, todos os comentários foram perdidos.

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Tami Marins

Carioca e leonina, acha que nasceu na época errada. Lê desde que se entende por gente e é viciada em séries e em café. Escuta sempre as mesmas músicas, assiste sempre aos mesmos filmes e sonha escrever seu próprio livro.

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